sexta-feira, 27 de maio de 2011

LIBANEO, José Carlos




LIBANEO, José Carlos
07 Nov 2008 - 21:01:02
LIBANEO, José Carlos Biografia             José Carlos Libâneo, nasceu em Angatuba, interior do estado de São Paulo, em 1945 e fez seus estudos iniciais e o ensino médio no Seminário Diocesano de Sorocaba (SP).Graduou-se em filosofia na PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo),  em 1966. “MESTRE” da educação escolar brasileira concluído em 1984 e “DOUTOR” em educação, posteriormente. Sua dissertação de mestrado em filosofia da educação mostra sua preocupação com as práticas pedagógicas. Em sua tese de doutora-mento, deixa isso claro e examina sobre os fundamentos teóricos e práticos do trabalho docente. Libaneo é bastante conhecido no meio educacional pelas profundas contribuições teóricas que produz na área. Articula uma reflexão crítica sobre a natureza histórico- social dos conteúdos de ensino e a própria didática de transmissão destes conhecimentos. Ele ensina pesquisa e escreve sobre assuntos de teoria da educação, Didática, política Educacional e Escola pública. É atualíssimo os seus conhecimentos e seus compromissos com o projeto político pedagógico da escola. Iniciou suas atividades profissionais em 1967, como Diretor do Ginásio Estadual Pluricurricular Experimental (SP), por seis anos. Em 1973 fundou e dirigiu por três anos o Centro de Treinamento e Formação de Professores da secretaria da Educação Estadual em Goiânia. A partir de 1975, tornou-se professor da faculdade de educação da Universidade Federal de Goiás. Libâneo E Educação – A Escola, O Professor E A Aprendizagem. Para Libâneo as necessidades educativas presentes, tornam a escola um lugar de mediação cultural, e a pedagogia, ao viabilizar a educação, é a pratica cultural intencional de produção e internalização de significados.  Os alunos recebem do professor, meios de aquisição de conceitos científicos e de desenvolvimento das capacidades cognitivas e operativas, dois elementos da aprendizagem escolares interligados e indissociáveis. As crianças vão à escola para aprender cultura e internalizar os meios cognitivos de compreender o mundo e transformá-lo, para isso é necessário pensar – estimular a capacidade de raciocínio e julgamento, melhorar a capacidade reflexiva. A didática hoje precisa se comprometer-se com a qualidade cognitiva das aprendizagens e esta, por sua vez, está associada à aprendizagem do pensar. O professor tem papel de mediador na preparação do aluno para o pensar e para isso é fundamental que ele entenda o desenvolvimento do pensamento e que desenvolver o pensamento supõe metodologia e procedimentos sistemáticos do pensar.  O ensino impulsionará o desenvolvimento das competências cognitivas, mediante a formação de conceitos teóricos.   Posição Frente Às Tendências Libâneo é o autor referencia da teoria “tendências pedagógicas”, porém é a favor da tendência crítico-social dos conteúdos. Conforme ele:

    • Está tendência salienta e prioriza os conteúdos culturais universais, que são incorporados pela humanidade no seu confronto com as realidades sociais.

 A criança já possui uma cultura absorvida da família e dos primeiros convívios sociais. Já existem assuntos dos quais ela se interessa mais, coisas que ela já conhece e coisas que apenas imagina. Se o aprendizado envolver conceitos pertinentes ao “universo” da criança e ela conseguir associa-lo ao seu cotidiano isso ficará internalizado e não apenas memorizado de forma superficial. 

    • A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, divulgando os conteúdos para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.

 A formação aqui é além da erudição, desperta no aluno a critica, o questionamento dos fatos e a participação social. Esse método estimula a autoconfiança, reafirma o papel de ser independente e com opinião única.  

    • Nesta visão, admite-se o princípio de aprendizagem partindo do que o aluno já sabe. A transmissão da aprendizagem só se realiza no momento da síntese (operação que parte do simples para o complexo), ou seja, quando o aluno supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.

Aprender o conteúdo é um junção do conhecimento fornecido pelo professor mais o raciocínio do próprio aluno que questiona os fatos apresentados e os aplica ao conhecimento de mundo já existente. Defesa De Libâneo À Pedagogia Crítico-Social Dos Conteúdos 
  • Nessa tendência é garantida aos alunos aquisição de conteúdos, a análise de modelos sociais que vão lhes proporcionar conhecimento para lutar por seus direitos.

 Desalienação de ideologias, criticas e auto confiança 
  • O aluno participa na busca da verdade com sua experiência, relacionando-o ao conteúdo estudado e o professor é o mediador entre o saber e o aluno.

 Estimula a participação, valoriza o aluno e o professor.  
  • A relação pedagógica é uma relação com um grupo e o clima do grupo é essencial na pedagogia.

 Aumenta a troca de experiências entre alunos e professores, proporcionado melhor socialização
  • A “dinâmica de grupo” é muito valorizada, pois:

 

    • Ensina o professor a relacionar-se com a classe

O professor adquire conhecimentos específicos sobre o modo de pensar de cada aluno podendo diferenciar a personalidade e implantar com maior segurança a didática. 

    • Ensina o professor a perceber os conflitos

 Estimula a observação, que por sua vez proporciona conhecimento. 

    • Trás o conhecimento de que está lidando com uma coletividade e não com indivíduos isolados

 Amplia e valoriza relações humanas 

    • Ajuda o professor a adquirir confiança nos alunos

 Proporciona maior autonomia para os trabalhos docentes 
  • O grupo-classe deve ser encarado como uma coletividade onde são trabalhados modelos de interação

 Diferentes culturas e modos de vida se relacionam com a herança cultural da sociedade e os modelos sociais desejáveis.  Algumas Das Obras Do Autor O Professor Libâneo publicou seis livros:
  • ACELERAÇÃO ESCOLAR – Estudos sobre educação de adolescentes e adultos (1976).
  • DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA - A pedagogia crítico social dos conteúdos (Editora Loyola, 17ª edição).
  • DIDÁTICA (20ª edição).
  • ADEUS PROFESSOR, ADEUS PROFESSORA? – Novas exigências educacionais e profissão docente (4ª edição).
  • PEDAGOGIA E PEDAGOGOS, PARA QUÊ? (3ª Edição).
  • Seu livro mais recente tem como título ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA ESCOLA.

AtualmenteDesde 1997, até a presente data, é professor titular da Universidade Católica de Goiás, onde, além de ensinar nos cursos de graduação e pós-graduação, é vice – Coordenador do mestrado em Educação.Libâneo é um grande pensador brasileiro, que dedicou e dedica o seu tempo para refletir sobre a formação de professores, na defesa intransigente da consolidação de uma escola pública de qualidade em nosso país. Suas reflexões sobre didática e prática de ensino e sobre sua perspectiva crítico-social dos conteúdos o colocam entre os mais importantes teóricos progressistas da educação.

site de pesquisa : http://pedagogiafaat2008.blogfacil.net/Ped2008-b1/LIBANEO-Jose-Carlos-b1-p7.htm

terça-feira, 5 de abril de 2011

TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E A PRÁTICA




  Não se dissocia a prática da tendência , porém ambas tem suas peculiaridades  a pratica é o fazer pedagógico que  requer sobretudo um olhar sistêmico do professor  mediante a realidade de sua sala de aula, fazendo uso das tendências pra  melhor compreender o que deu certo ou errado . Em cada momento em que as tendências foram usadas de maneira institucional trouxe com sigo benefícios de outra posterior, digo isso por que mediante cada uma ia passando ficava um  legado riquíssimo pra próxima, hoje  todas as tendências são bem ofertadas e utilizadas, todavia ainda existem professores deixando de fazer uso de algumas delas e se apegando a uma ou outra sem contemplas em sua diversidade.
   O professor formador  deve, sobretudo conhecer para depois praticar  e praticar conhecendo e fazendo uso da correlação ciência , técnica e práxis . Existem muitos professores  fazendo uso da docência sem conhecer os métodos e tendências, mas não está assegurando de fato  a educaçãos, isso fica evidente quando o  Brasil  não está entre as 100 melhores universidade do mundo, a índia e a china estão nos deixando pra traz , não desmerecendo estes  países , pois o que fica claro é que o governo brasileiro não está fazendo seu papel como deveria na educação deste país .
   A educação brasileira há tempos vem em defasagem ,  isso porque não há um comprometimento em um  professores técnico e  cientista   e sim em formadores formados  para trabalhar de forma servil escravista  a favor  de uma sociedade que inclui e exclui diariamente  , alem da desvalorização do professor pela sociedade que o vê como um profissional mau remunerado , desqualificado ,praticante de um trabalho desgastante ( fator correspondente a desigualdade social que faz com que    muitos indivíduos levem  pra sala seus problemas familiares  e sóciais )   . Mediante esta analise precisamos de reformas urgentes no sistema .

.Gilvana Santos.

AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR BRASILEIRA E SEUS PRESSUPOSTOS DE APRENDIZAGEM


Delcio Barros da Silva

 

 

1. INTRODUÇÃO


O objetivo deste artigo é verificar os pressupostos de aprendizagem empregados pelas diferentes tendências pedagógicas na prática escolar brasileira, numa tentativa de contribuir, teoricamente, para a formação continuada de professores.

Sabe-se que a prática escolar está sujeita a condicionantes de ordem sociopolítica que implicam diferentes concepções de homem e de sociedade e, conseqüentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola e da aprendizagem, inter alia. Assim, justifica-se o presente estudo, tendo em vista que o modo como os professores realizam o seu trabalho na escola tem a ver com esses pressupostos teóricos, explícita ou implicitamente.

Embora se reconheçam as dificuldades do estabelecimento de uma síntese dessas diferentes tendências pedagógicas, cujas influências se refletem no ecletismo do ensino atual, emprega-se, neste estudo, a teoria de José Carlos Libâneo, que as classifica em dois grupos: “liberais” e “progressistas”. No primeiro grupo, estão incluídas a tendência “tradicional”, a “renovada progressivista”, a “renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. No segundo, a tendência “libertadora”, a “libertária” e a “crítico-social dos conteúdos”.

Justifica-se, também, este trabalho pelo fato de que novos avanços no campo da Psicologia da Aprendizagem, bem como a revalorização das idéias de psicólogos interacionistas, como Piaget, Vygotsky e Wallon, e a autonomia da escola na construção de sua Proposta Pedagógica, a partir da LDB 9.394/96, exigem uma atualização constante do professor. Através do conhecimento dessas tendências pedagógicas e dos seus pressupostos de aprendizagem, o professor terá condições de avaliar os fundamentos teóricos empregados na sua prática em sala de aula.

No aspecto teórico-prático, ou seja, nas manifestações na prática escolar das diversas tendências educacionais, será dado ênfase ao ensino da Língua Portuguesa, considerando-se as diferentes concepções de linguagem que perpassam esses períodos do pensamento pedagógico brasileiro.

2. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS

Segundo LIBÂNEO (1990), a pedagogia liberal sustenta a idéia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Isso pressupõe que o indivíduo precisa adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do desenvolvimento da cultura individual. Devido a essa ênfase no aspecto cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois, embora a escola passe a difundir a idéia de igualdade de  oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições.

2.1. TENDÊNCIA LIBERAL TRADICIONAL

Segundo esse quadro teórico, a tendência liberal tradicional se caracteriza por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral. De acordo com essa escola tradicional, o aluno é educado para atingir sua plena realização através de seu próprio esforço. Sendo assim, as diferenças de classe social não são consideradas e toda a prática escolar não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno.

Quanto aos pressupostos de aprendizagem, a idéia de que o ensino consiste em repassar os conhecimentos para o espírito da criança é acompanhada de outra: a de que a capacidade de assimilação  da criança é idêntica à do adulto, sem levar em conta as características próprias de cada idade. A criança é vista, assim, como um adulto em miniatura, apenas menos desenvolvida.

No ensino da língua portuguesa, parte-se da concepção que considera a linguagem como expressão do pensamento. Os seguidores dessa corrente lingüística, em razão disso, preocupam-se com a organização lógica do pensamento, o que presume a necessidade de regras do bem falar e do bem escrever. Segundo essa concepção de linguagem, a Gramática Tradicional ou Normativa se constitui no núcleo dessa visão do ensino da língua, pois vê nessa gramática uma perspectiva de normatização lingüística, tomando como modelo de norma culta as obras dos nossos grandes escritores clássicos. Portanto, saber gramática, teoria gramatical, é a garantia de se chegar ao domínio da língua oral ou escrita.

Assim, predomina, nessa tendência tradicional, o ensino da gramática pela gramática, com ênfase nos exercícios repetitivos e de recapitulação da matéria, exigindo uma atitude receptiva e mecânica do aluno. Os conteúdos são organizados pelo professor, numa seqüência lógica, e a avaliação é realizada através de provas escritas e exercícios de casa.

2.2. TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA

Segundo essa perspectiva teórica de Libâneo, a tendência liberal renovada (ou pragmatista) acentua o sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões individuais.

A escola continua, dessa forma, a preparar o aluno para assumir seu papel na sociedade, adaptando as necessidades do educando ao meio social, por isso ela deve imitar a vida. Se, na tendência liberal tradicional, a atividade pedagógica estava centrada no professor, na escola renovada progressivista, defende-se a idéia de “aprender fazendo”, portanto centrada no aluno, valorizando as tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social, etc, levando em conta os interesses do aluno.

Como pressupostos de aprendizagem, aprender se torna uma atividade de descoberta, é uma auto-aprendizagem, sendo o ambiente apenas um meio estimulador. Só é retido aquilo que se incorpora à atividade do aluno, através da descoberta pessoal; o que é incorporado passa a compor a estrutura cognitiva para ser empregado em novas situações. É a tomada de consciência, segundo Piaget.

No ensino da língua, essas idéias escolanovistas não trouxeram maiores conseqüências, pois esbarraram na prática da tendência liberal tradicional.

2.3. TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA

Acentua-se, nessa tendência, o papel da escola na formação de atitudes, razão pela qual deve estar mais preocupada com os problemas psicológicos do que com os pedagógicos ou sociais. Todo o esforço deve visar a uma mudança dentro do indivíduo, ou seja, a uma adequação pessoal às solicitações do ambiente.

Aprender é modificar suas próprias percepções. Apenas se aprende o que estiver significativamente relacionado com essas percepções. A retenção se dá pela relevância do aprendido em relação ao “eu”, o que torna a avaliação escolar sem sentido, privilegiando-se a auto-avaliação. Trata-se de um ensino centrado no aluno, sendo o professor apenas um facilitador. No ensino da língua, tal como ocorreu com a corrente pragmatista, as idéias da escola renovada não-diretiva, embora muito difundidas, encontraram, também, uma barreira na prática da tendência liberal tradicional.

2.4. TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA

A escola liberal tecnicista atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse principal é, portanto, produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, não se preocupando com as mudanças sociais.

Conforme MATUI (1988), a escola tecnicista, baseada na teoria de aprendizagem S-R, vê o aluno como depositário passivo dos conhecimentos, que devem ser acumulados na mente através de associações. Skinner foi o expoente principal dessa corrente psicológica, também conhecida como behaviorista. Segundo RICHTER (2000), a visão behaviorista acredita que adquirimos uma língua por meio de imitação e formação de hábitos, por isso a ênfase na repetição, nos drills, na instrução programada, para que o aluno for me “hábitos” do uso correto da linguagem.

A partir da Reforma do Ensino, com a Lei 5.692/71, que implantou a escola tecnicista no Brasil, preponderaram as influências do estruturalismo lingüístico e a concepção de linguagem como instrumento de comunicação. A língua – como diz  TRAVAGLIA (1998) – é vista como um código, ou seja, um conjunto de signos que se combinam segundo regras e que é capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um receptor. Portanto, para os estruturalistas, saber a língua é, sobretudo, dominar o código.

No ensino da Língua Portuguesa, segundo essa concepção de linguagem,  o trabalho com as estruturas lingüísticas, separadas do homem no seu contexto social,  é visto como possibilidade de desenvolver a expressão oral e escrita. A tendência tecnicista é, de certa forma, uma modernização da escola tradicional e, apesar das contribuições teóricas do estruturalismo, não conseguiu superar os equívocos apresentados pelo ensino da língua centrado na gramática normativa. Em parte, esses problemas ocorreram devido  às dificuldades de o professor assimilar as novas teorias sobre o ensino da língua materna.


3. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS

Segundo Libâneo, a pedagogia progressista designa as tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.

3.1. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA

As tendências progressistas libertadora e libertária têm, em comum, a defesa da autogestão pedagógica e o antiautoritarismo. A escola libertadora, também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, vincula a educação à luta e organização de classe do oprimido. Segundo GADOTTI (1988), Paulo Freire não considera o papel informativo, o ato de conhecimento na relação educativa, mas insiste que o conhecimento não é suficiente se, ao lado e junto deste, não se elabora uma nova teoria do conhecimento e se os oprimidos não podem adquirir uma nova estrutura do conhecimento que lhes permita reelaborar e reordenar seus próprios conhecimentos e apropriar-se de outros.

Assim, para Paulo Freire, no contexto da luta de classes, o saber mais importante para o oprimido é a descoberta da sua situação de oprimido, a condição para se libertar da exploração política e econômica, através da elaboração da consciência crítica passo a passo com sua organização de classe. Por isso, a pedagogia libertadora ultrapassa os limites da pedagogia, situando-se também no campo da economia, da política e das ciências sociais, conforme Gadotti.

Como pressuposto de aprendizagem, a força motivadora deve decorrer da codificação de uma situação-problema que será analisada criticamente, envolvendo o exercício da abstração, pelo qual se procura alcançar, por meio de representações da realidade concreta,  a razão de ser dos fatos. Assim, como afirma Libâneo, aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. Portanto o conhecimento que o educando transfere representa uma resposta à situação de opressão a que se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica.

No ensino da Leitura, Paulo Freire, numa entrevista, sintetiza sua idéia de dialogismo: “Eu vou ao texto carinhosamente. De modo geral, simbolicamente, eu puxo uma cadeira e convido o autor, não importa qual, a travar um diálogo comigo”. 

3.2. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA

A escola progressista libertária parte do pressuposto de que somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em situações novas, por isso o saber sistematizado só terá relevância se for possível seu uso prático. A ênfase na aprendizagem informal, via grupo,  e a negação de toda forma de repressão, visam a favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres.  No ensino da língua, procura valorizar o texto produzido pelo aluno, além da negociação de sentidos na leitura.

3.3. TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS

Conforme Libâneo, a tendência progressista crítico-social dos conteúdos, diferentemente da libertadora e libertária, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.

Na visão da pedagogia dos conteúdos, admite-se o princípio da aprendizagem significativa, partindo do que o aluno já sabe. A transferência da aprendizagem só se realiza no momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.

4. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PÓS-LDB 9.394/96

Após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de n.º 9.394/96,  revalorizam-se as idéias de Piaget, Vygotsky e Wallon. Um dos pontos em comum entre esses psicólogos é o fato de serem interacionistas, porque concebem o conhecimento como resultado da ação que se passa entre o sujeito e um objeto. De acordo com ARANHA (1998), o conhecimento não está, então, no sujeito, como queriam os inatistas, nem no objeto, como diziam os empiristas, mas resulta da interação entre ambos.

Para citar um exemplo no ensino da língua, segundo essa perspectiva interacionista, a leitura como processo permite a possibilidade de negociação de sentidos em sala de aula. O processo de leitura, portanto, não é centrado no texto, ascendente, bottom-up, como queriam os empiristas, nem no receptor, descendente, top-down, segundo os inatistas, mas ascendente/descendente, ou seja, a partir de uma negociação de sentido entre enunciador e receptor. Assim, nessa abordagem interacionista, o receptor é retirado da sua condição de mero objeto do sentido do texto, de alguém que estava ali para  decifrá-lo, decodificá-lo, como ocorria, tradicionalmente, no ensino da leitura.

As idéias desses psicólogos interacionistas vêm ao encontro da concepção que considera a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo e das modernas teorias sobre os estudos do texto, como a Lingüística Textual, a Análise do Discurso, a Semântica Argumentativa e a Pragmática, entre outros.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com esse quadro teórico de José Carlos Libâneo, deduz-se que as tendências pedagógicas liberais, ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por se declararem neutras, nunca assumiram compromisso com as transformações da sociedade, embora, na prática, procurassem legitimar a ordem econômica e social do sistema capitalista. No ensino da língua, predominaram os métodos de base ora empirista, ora inatista, com ensino da gramática tradicional, ou  sob algumas as influências teóricas do estruturalismo e do gerativismo, a partir da Lei 5.692/71, da Reforma do Ensino.

Já as tendências pedagógicas progressistas, em oposição às liberais, têm em comum a análise crítica do sistema capitalista. De base empirista (Paulo Freire se proclamava um deles) e marxista (com as idéias de Gramsci), essas tendências, no ensino da língua, valorizam o texto produzido pelo aluno, a partir do seu conhecimento de mundo, assim como a possibilidade de negociação de sentido na leitura.

A partir da LDB 9.394/96, principalmente com as difusão das idéias de Piaget, Vygotsky e Wallon, numa perspectiva sócio-histórica, essas teorias buscam uma aproximação com modernas correntes do ensino da língua que consideram a linguagem como forma de atuação sobre o homem e o mundo, ou seja, como processo de interação verbal, que constitui a sua realidade fundamental.

BIBLIOGRAFIA

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda.  Filosofia da Educação São Paulo :  Editora Moderna, 1998.
COSTA, Marisa Vorraber et al.  O Currículo nos Limiares do  Contemporâneo. Rio de Janeiro : DP&A editora, 1999.
GADOTTI, Moacir.  Pensamento Pedagógico Brasileiro São Paulo : Ática, 1988.
LIBÂNEO, José Carlos.  Democratização da Escola Pública São Paulo : Loyola, 1990.
MATUI, Jiron.  Construtivismo São Paulo : Editora Moderna, 1998.
RICHTER, Marcos Gustavo.  Ensino do Português e Interatividade Santa Maria :    Editora da UFSM, 2000.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos.  Gramática e Interação São Paulo : Cortez, 1998.

domingo, 27 de março de 2011

Tecno cientificismo

Vejo que não será nada fácil fazer uma abordagem da educação tecno-cientifica,  nas minhas pesquisas vejo que os escritores não fazem uso da educação como uma ferramenta que adere aos dois sem dissociarem de uma pesquetiva só metodológica e voltada pra um ensino sistêmico o que me faz pensar e crer dos porquês  da educação ainda esta deficiente.

Teóricos da educação

O legado deixado pelos estudiosos da educação , faz da práxis uma verdadeira lição de vida , onde a filosofia mostra que a escola pode ser uma prisão ou uma chave de liberdade .
Gilvana Santos .

John Dewey (1859 – 1952)

John Dewey nasceu a 20 de Outubro de 1859 e faleceu a 1 de Junho de 1952 e foi professor do ensino secundário e universitário.

A ideia básica do pensamento de John Dewey sobre a educação está centrada no desenvolvimento da capacidade de raciocínio e espírito crítico do aluno. Enquanto suas ideias têm grande popularidade durante sua vida e postumamente, a sua adequação à prática sempre foi problemática e as suas obras são de difícil leitura – ele tem uma tendência para utilizar termos novos e frases complexas que fazem com que seja extremamente mal entendido, forçando reinterpretações dos textos. Para Dewey era importante que a educação não se restringisse ao ensino do conhecimento como algo acabado – mas que o saber e habilidade do estudante adquirem possam ser integrados à sua vida como cidadão, pessoa, ser humano.
No seu livro “Democracia e Educação”, sintetiza, critica e amplia a filosofia da educação democrática contidas em Rousseau e Platão, pois via em Rousseau algo que se centrava no indivíduo, enquanto Platão acentuava a influência da sociedade na qual o indivíduo se inseria. Dewey contestou esta distinção – e tal comoVygotsky, concebia o conhecimento e o seu desenvolvimento como um processo social – integrando os conceitos de sociedade e indivíduo.

Comenius (1592-1670)


O seu verdadeiro nome era Jan Amos Komenský.
As suas teorias de Didáctica foram muito influenciadas pela sua própria experiência escolar: um ambiente rígido onde o professor dominava e a prática da palmatória inspiraram-no para uma didáctica revolucionária no séc.XVII
A sua obra Didáctica Magna apresenta as caracteristicas fundamentais da Escola Moderna.
Para saber mais consulta: